terça-feira, 23 de setembro de 2008

Os Chalés de Ferro

Belém é uma cidade interessante pela variedade de construções que albergava e alberga, ainda.
Havia alguns chalés de ferro na cidade que foram sendo maltratados e esquecidos.
Dois deles foram desmontados de seus lugares originais e montados em outros lugares: um no Bosque Rodrigues Alves, outro na Universidade Federal do Pará, onde funciona atualmente parte do Núcleo de Meio Ambiente da UFPA, o chamado NUMA. Há até uma pequena história sobre este chalé no site do NUMA:
De origem belga, é o mais expressivo representante no Brasil do sistema construtivo Danly e do modelo de bangalô anglo-indiano, é o único com dois pavimentos totalmente em ferro.
Não se conhece com precisão as circunstâncias de sua aquisição. Sabe-se com segurança, porém que ele chegou a Belém não antes de 1890 e que já se encontrava montado em 1893, ano em que foi colocado à venda.
O chalé serviu de residência à família do Senador Álvaro Adolfo, tendo sido alugado a UFPA entre 1963 e 1972, período em que sediou inicialmente o curso de arquitetura e depois, o serviço de Atividades Musicais. Posteriormente passou a ser propriedade do clube Monte Líbano, que em 1981 o repassou ao arquiteto Euler Arruda, em contrapartida à elaboração de um novo projeto para a sede social do clube.
O arquiteto, também professor da UFPA, num gesto de grande desprendimento e de amor à instituição, doou o chalé à UFPA que providenciou sua desmontagem e seu transporte para remontagem no Campus Universitário.


Havia um terceiro, não mais chalé mas um verdadeiro casarão de ferro no endereço da Imprensa Oficial do Estado, na Avenida Almirante Barroso. Ele é um dos três exemplares deste tipo de edificação em Belém e, tudo indica, ao que coube a pior sorte. Já deve ter passado mais de uma década desde que foi desmontado e, se não nos enganamos, suas peças estavam sob a guarda da mesma UFPA que salvou o chalé do NUMA. Existiriam ainda? Há algum plano para remontá-lo?
Com a palavra a UFPA, ou quem sabe o Ministério Público.

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