domingo, 28 de setembro de 2008

O esporte sem rumo

Acabou o jogo do Paysandu. Perdeu para o Rio Branco do Acre. Mais um ano na terceira divisão do campeonato brasileiro. O Remo, talvez, ano que vem estará na quarta divisão.
Uma das coisas que meu pai me ensinou foi não ser um torcedor dito doente. Terminado um jogo, ainda que o resultado seja a derrota, a vida continua e a página deve ser virada.
Mas também minha formação familiar me leva a dizer que sou um desportista. Fui atleta de basquete do Paysandu por 12 anos. Desde os 10 anos de idade. Lá também aprendi a ser gente. Gosto de esporte. Gosto de ver, ainda jogo uma pelada de basquete quando posso, ajudaria um projeto sério de alcance social voltado para inclusão pelo esporte.
A gente forma a nossa personalidade na família, na religião, no esporte.
O que vem acontecendo com os nossos clubes de futebol é apenas a ponta de um iceberg.
Se o futebol está assim, imaginem o basquete, o vôlei, o futsal e tantos outros esportes menos populares que aquele.
Na verdade, o esporte no Pará reflete a nossa sociedade. Uma sociedade que o despreza como alternativa para as drogas, para a formação de uma pessoa de bem.
A incúria na administração de nossos clubes de esportes é a mesma incúria dos poderes públicos.
Não há um só programa governamental esportivo de visibilidade e repercussão social. Se há, ele é tão insignificante que não consegue alcançar as páginas de jornal ou mesmo os telejornais.
Os clubes de massa do Pará, localizados em Belém, estão afundados em dívidas e seus bens penhorados.
Derrotas como a de hoje mexem com a auto-estima da população mais pobre do Pará, que tem orgulho do futebol paraense, que já foi uma referência nacional.
Cuidar do esporte é cuidar da formação cultural de um povo.

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