quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Lixo na cidade: Quem vai cuidar?

Belém, por muito tempo, tratou a questão do recolhimento e destinação do lixo de forma improvisada.
Primeiro, não avaliou o futuro da cidade e instalou uma usina de incineração de lixo em área próxima aos bairros centrais da cidade, fato que fez nascer até um bairro com o sugestivo nome de Cremação. Tal usina só foi desativada na década de 80.
Depois, fez com que o problema fosse empurrado para outro município, Ananindeua, adjacente a Belém e hoje uma espécie de cidade dormitório da capital do Estado, instalando o outrora chamado Lixão do Aurá às margens lago de mesmo nome que se comunica com o rio Guamá.
Na década de 90, o caso do lixo era tão grave que por um bom tempo foi proibida a entrada de pessoas e pesquisadores na área do lixão. Havia estudo feito por professores e alunos da UFPA, mas os dados tinham de ser coletados em verdadeiras aventuras, com o pessoal indo em pequenos barcos pelo rio até o lago Aurá, colhendo amostras de água para análise de contaminação.
Aliás, a companhia de águas do governo do Estado faz a captação de água que serve boa parte da cidade a cerca de 1.400 metros do lixão do Aurá.
Ainda no final da década de 90, houve uma tentativa, por parte do município de Belém, de se gerir de forma mais profissional a questão do lixo.
Houve investimento do governo federal e viu-se pela cidade a distribuição de containers pequenos, médios e grandes para os domicílios individuais e condomínios visando estabelecer uma única metodologia de coleta. Espalhou-se pela cidade postos de coleta voluntária, na modalidade seletiva, instalou-se um serviço de coleta específica para hospitais e também de coleta de lixo em áreas de difícil acesso, como as baixadas da cidade.
Chegamos agora na primeira década dos anos 2000. Sumiram os postos de coleta voluntária, os containers indiviuais não foram substituídos e não se tem notícia de como anda o agora aterro sanitário do Aurá, nem como ficaram os estudos para se instalar um novo local de destinação do lixo doméstico, bem como se há um monitoramento das águas próximas ao aterro sanitário.
A bem da verdade, é preciso e necessário que essas informações sejam repassadas de forma obrigatória para o conjunto da sociedade local.
Ainda não vi em nenhum programa dos candidatos, a simples menção ao tema.
Já há, em diversas capitais brasileiras, projetos instalados de venda do gás metano dos aterros sanitários. Em Belém, o assunto é tratado quase como sigiloso.
É hora da sociedade civil cobrar informações e ações sobre o tema.
Esse problema é potencialmente grave para a saúde pública da região metropolitana de Belém.

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