domingo, 7 de setembro de 2008

Geração de Emprego X Urbanização da Cidade

Mote de campanhas eleitorais, a geração de emprego sempre é lembrada como uma coisa boa para o cidadão e para a cidade.
Determinadas atividades que geram renda em um dado momento, porém, se a demanda for grande e não houver um acompanhamento pelo Estado, podem se tornar armidilhas para as cidades.
Vejamos o caso da construção civil.
Em cidades com alto índice de verticalização de unidades de moradia, a construção de prédios residenciais tem sido o que se apresenta como alternativa para a falta de expansão horizontal.
Em Belém, bairros como Umarizal, Batista Campos e até mesmo São Brás e Jurunas estão sendo alvos de construção de prédios residenciais acima de 30 andares e implantação de centro comerciais (shoppings) em áreas de pouca alternativa de fluxo e refluxo de automóveis e pessoas.
A geração de emprego da construção civil demora entre 18 e 48 meses de uma maneira geral.
Após isso, sobra o resultado da construção: o prédio físico construído em atividade que atrai mazelas como o engarrafamento de trânsito, ambulantes, flanelinhas, etc. E muitas vezes o desemprego daquele que trabalhou na construção, se o mercado não se mantiver aquecido ou o ciclo da economia não estiver propício para manter os postos de trabalho em aberto.
No momento, em quase todo Brasil, falta mão-de-obra para a construção civil.
Mas, os que estão empregados e construindo prédios que tumultuarão a cidade e as suas próprias vidas sabem o que estão fazendo? Evidentemente que a pessoa de baixa renda, que muitas vezes buscam o seu primeiro emprego, não sabem que podem ser instrumento de desorganização e balburdia da cidade. O que lhes interessa é a sobrevivência, sua e de seus filhos.
Resta então ao Estado, prefeituras sobretudo, balizar a atividade da construção civil, estruturando a legislação decorrente da Constituição e do Estatuto das Cidades, principalmente o observando o Estudo de Impacto de Vizinhança e lei de parcelamento de solo.
De outra parte, é necessário aproveitar este tempo de bonança na construção civil e capacitar os operários para que possam ter novas atividades, se o tempo virtuoso se for.

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