sábado, 2 de agosto de 2008

A socialização do lixo e da má educação ambiental

Nestas férias que estão terminando, a Advocacia-Geral da União e mais 22 instituições federais e estaduais propuseram o que se chamou de "Força Tarefa" para tentar amenizar a poluição ambiental nas praias do Pará, em especial Salinas, Marudá, Crispim e Ajuruteua.
Poluição ambiental, diga-se, em todos os seus níveis: sonora, lixo, ocupação desordenada da praia por barracas e ambulantes, circulação de automóveis etc.
Falo de Salinas, onde a atuação foi mais intensa. Já havia um Termo de Ajustamento de Conduta em relação às tradicionais barracas, na verdade restaurantes, que servem comidas e bebidas. Conseguiu-se que essas barracas fossem enquadradas quanto ao uso da água para cozinhar, banheiros, destinação de lixo. Os barraqueiros este ano comemoraram o incremento na venda de seus produtos, depois do impacto da atuação da AGU no ano passado, que interditou os banheiros das barracas.
Mas a decepção deste ano ficou por conta da população que frequenta a praia. O cenário de quem saía da praia do Atalaia, às 18, 19 horas era desolador. Para aqueles que não são do Pará esclareça-se que a praia do Atalaia, devido as suas características de relevo, permite que os carros transitem pelas suas areias. A faixa de terra, em determinados períodos do ano, quando a maré está baixa, alcança quilômetros de extensão.
Garrafas pet, vasilhames de iogurte, achocolatados, caixas de papelão, sacos de lixo abandonados e até um vasilhame de óleo de motor de automóvel pude perceber.
Alguém preconceituoso poderia dizer: "isso deve ser coisa de pobre". Outro afirmaria: "a nossa elite é isso aí".
Nada mais constrangedor e aterrador do que constatar e afirmar que ricos e pobres se uniram para sujar deliberadamente a praia. Socializou-se o lixo. Ele simplesmente não é de ninguém. Ele é produzido e largado como que se tendo a certeza de que "alguém vai limpar para mim".
É impressionante como as pessoas tendem a depredar aquilo que a natureza lhe serve gratuitamente.
Essa falta de educação ambiental pode custar caro e quem sabe num futuro até bem próximo, a natureza cobre a fatura.

Nenhum comentário: