domingo, 3 de agosto de 2008

A circulação na cidade de Belém

Com o boom imobiliário, Belém acompanha o lançamento de diversos empreendimentos de tamanhos gigantescos.
Condomínios com doze, quinze, vinte prédios de mais de 10 andares, com quatro apartamentos por andar. Verdadeiros bairros irão surgir daqui a dois, três anos.
Belém está preparada para isso?
Nossa cidade, sem um planejar urbano eficiente, viu desde a década de 90 o surgimento e o crescimento das ocupações informais, em outros tempos chamadas de invasões.
Quando um grupo de pessoas invade um terreno, a regra é colocar o máximo de casas possível para abrigar os presentes e futuros ocupantes. Com isso, criam-se pequenas ruas, vielas mesmo.
Com a consolidação da ocupação chega a hora de cobrar das autoridades, a ligação da água ( a luz, os próprios ocupantes se encarregam de fazer as ligações clandestinas), o saneamento, a pavimentação, o posto de saúde etc.
Não raro para que um equipamento urbano chegue a uma área de ocupação informal, leva-se 10 (dez) anos. A média em Belém é maior, já que só agora, com algumas obras do PAC, haverá urbanização de áreas anteriormente invadidas nos bairros do Jurunas, Cremação, Guamá e Bosquinho.
Numa cidade com poucos corredores de tráfego como Belém e ocupações consolidadas com vielas e pequenas áreas de circulação de automóveis e pedestres, há uma dificuldade adicional para o Poder Público, e para a própria cidade, de preparar ou dar condições de circulação de pessoas, transporte público, automóveis particulares.
Isto conjugado com lançamentos de grandes empreendimentos imobiliários é um sinal de alerta. A cidade não suportará o impacto do aumento populacional e concentração de pessoas e carros em tão pouco tempo.
Haverá necessidade de se abrir novas ruas. Já está chegando o momento em que Belém terá que desapropriar ou remover quarteirões inteiros para melhorar a circulação.
Se as invasões de outrora era problema decorrente do pouco investimento em habitação popular, os grandes empreendimentos imobiliários, sem o devido balizamento pelo Poder Público pode criar um problema tão ou mais sério que aquele.

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