O título deste post poderia via acompanha de um sinal de interrogação. Não veio justamente porque já cheguei a conclusão que a internet não ajuda os jovens a ler aprendendo.
Para quem tem filhos na adolescência ou idade escolar no ensino médio sabe do que estou falando.
A internet nasceu como uma ferramenta que parecia ser salvadora de uma deficiência mundial em relação a educação e a cultura.
Mas a internet tem sido uma ferramenta de informação, não necessariamente de educação.
Tenho para mim que a internet não substitui o livro porque a internet não é um instrumento de concentração profunda, pelo menos para os jovens em formação. A internet é o fast food da informação.
O número 138, de setembro de 2008, da revista Caros Amigos, nos traz um texto primoroso da escritora Ana Miranda, autora de Desmundo, livro que se tornou filme nacional, cujo título é AUSÊNCIA DO LIVRO.
Ana Miranda cita Maria, personagem fictício da cena brasileira, estudante, que gosta de ler, mas não lê; que ouve os pais e professores dizerem da importância da leitura de um livro, mas mesmo assim não lê. Alguns ela até leu, mas foram os mais fáceis. A Maria de Ana Miranda tem dezessete anos, vai fazer vestibular, entende as matérias, mas erra nas respostas porque não sabe ler o enuniciado. Não sabe ler o que encontra no computador, apenas copia e cola. Não saber ler nem mesmo aquilo que escreveu. Não sabe escrever uma redação.
A Maria, como nossos filhos e sobrinhos, é da geração internet. Diz naum, blz, bom FDS e por aí vai. Desaprendem a lingua oficial e criam uma própria, um universo paralelo que de nada vai lhe servir.
A internet poderia ser um dos instrumentos de aprendizagem do ser humano. E até deve ser em algum lugar desse país e desse mundo.
Sou professor universitário licenciado e posso afirmar que essa Maria de 17 anos da Ana Miranda se reproduz nas faculdades.
A grande maioria dos estudantes colegiais e universitários não entende o comando de uma questão de prova. Não entende o que escrevem porque recortam e colam textos da internet em profusão. Isso é muito grave porque eles continuam chegando à universidade, vão se graduar e vão continuar não entendendo muito bem o que lêem.
Estaremos criando um exército de meio profissionais. De profissionais fast food.
O esforço do governo na compra e distribuição de livros, deve vir acompanhado de uma mudança de atitude das escolas e dos pais. Há que se encontrar um caminho para minimizar os efeitos que um instrumento libertário como a internet não se torne um instrumento de alienação dos jovens em idade de formação de personalidade.
Meu testemunho sobre a leitura na internet é que é difícil ficar nela (internet) por muito tempo, sem prejudicar os olhos, que começam a arder, e a cabeça, que começa a doer. Assim como nunca sabemos a cadeira e posição ideais para ler no computador.
Por fim, acho que nada substitui um bom livro e também uma boa visita a uma biblioteca.
Mas quantos de nós programamos passeios a uma biblioteca nos fins de semana?
De uma coisa eu sei, a internet não está ajudando o jovens a ler aprendendo.
domingo, 14 de setembro de 2008
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