segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Os partidos ainda existem?
Todo fim eleição, a pauta jornalística já está pronta: é hora de avaliar a nova estruturação das forças políticas no Brasil.
Aí desaparecem os candidatos e aparecem os partidos. PMDB elegeu 1.200 e tantos prefeitos, depois o PT, depois o PSDB que perdeu quase duzentos prefeitos e por aí vai.
E, falando em eleição, é só quando ouvimos falar em partido. A representação político-partidária no Brasil simplesmente não existe. O que existe é um pragmatismo político onde o que conta para o prefeito é onde ele vai encontrar apoio para governar.
Todos os municípios nacionais são dependentes da União e também, em menor escala, do Estado em que ele se localiza.. A maioria dos municípios não tem um estrutura orgânico-administrativa razoável e competente. Normalmente um prefeito do interior quer saber de arrumar um contador. Por que só um contador? Por que não um administrador, um gestor, um economista? Porque a maioria dos prefeitos, mesmo aqueles que não tem nenhuma experiência de serviço público, se acham exímios administradores. E desse pensamento surgem os casos práticos de falta de licitação, desvio de recursos carimbados para outras finalidades que não as do "carimbo", as retiradas de dinheiro na "boca do caixa", os pagamentos de serviços por recibinhos etc. No Pará, dos 143 municípios, talvez nem cinco possuam procuradorias municipais instaladas com advogados públicos concursados (normalmente as prefeituras contratam advogados privados para tratarem dos interesses jurídicos e judiciais dos municípios).
Todas essas características do jeito de governar municipal tem consequências nefastas para as cidades e para as pessoas que nela vivem.
E assim, premidos pela necessidade e despreparo, os prefeitos vão seguindo as trilhas acidentadas das mudanças de partidos, ou mudança de apoio político para aqueles que lhes derem mais. Talvez pouquíssimos prefeitos saibam as diretrizes partidárias dos partidos a que são filiados.
E não se diga que as propostas de mudança do sistema político vá melhorar isso. Tenho muitas reservas com relação a lista fechada de candidatos, onde o vc vota no partido e o partido escolhe quem será o seu (do partido) representante. Num país em que os partidos são extremamente personalizados, sobretudo nos estados e municípios, isso só irá aumentar o poder dos caciques.
Assim, a nova configuração de forças saída desta eleição é apenas uma fotografia, que pode mudar a cada mês e chegar completamente desfigurada até 2010.
Aí desaparecem os candidatos e aparecem os partidos. PMDB elegeu 1.200 e tantos prefeitos, depois o PT, depois o PSDB que perdeu quase duzentos prefeitos e por aí vai.
E, falando em eleição, é só quando ouvimos falar em partido. A representação político-partidária no Brasil simplesmente não existe. O que existe é um pragmatismo político onde o que conta para o prefeito é onde ele vai encontrar apoio para governar.
Todos os municípios nacionais são dependentes da União e também, em menor escala, do Estado em que ele se localiza.. A maioria dos municípios não tem um estrutura orgânico-administrativa razoável e competente. Normalmente um prefeito do interior quer saber de arrumar um contador. Por que só um contador? Por que não um administrador, um gestor, um economista? Porque a maioria dos prefeitos, mesmo aqueles que não tem nenhuma experiência de serviço público, se acham exímios administradores. E desse pensamento surgem os casos práticos de falta de licitação, desvio de recursos carimbados para outras finalidades que não as do "carimbo", as retiradas de dinheiro na "boca do caixa", os pagamentos de serviços por recibinhos etc. No Pará, dos 143 municípios, talvez nem cinco possuam procuradorias municipais instaladas com advogados públicos concursados (normalmente as prefeituras contratam advogados privados para tratarem dos interesses jurídicos e judiciais dos municípios).
Todas essas características do jeito de governar municipal tem consequências nefastas para as cidades e para as pessoas que nela vivem.
E assim, premidos pela necessidade e despreparo, os prefeitos vão seguindo as trilhas acidentadas das mudanças de partidos, ou mudança de apoio político para aqueles que lhes derem mais. Talvez pouquíssimos prefeitos saibam as diretrizes partidárias dos partidos a que são filiados.
E não se diga que as propostas de mudança do sistema político vá melhorar isso. Tenho muitas reservas com relação a lista fechada de candidatos, onde o vc vota no partido e o partido escolhe quem será o seu (do partido) representante. Num país em que os partidos são extremamente personalizados, sobretudo nos estados e municípios, isso só irá aumentar o poder dos caciques.
Assim, a nova configuração de forças saída desta eleição é apenas uma fotografia, que pode mudar a cada mês e chegar completamente desfigurada até 2010.
domingo, 26 de outubro de 2008
Eleições: supresas no final
Chamou-me a atenção fatos que aconteceram na reta final das campanhas municipais. Acho que em nenhum outro ano, houve uma oscilação tão grande de quem estava a frente.
Viradas que se prenunciavam como em BH, foram revertidas(e muito revertidas). Márcio Lacerda ficou com quase 60% dos votos válidos. E agora, como que ficam aqueles analistas que disseram que a população não aceitava a aliança PT-PSDB?
No Rio, depois do Gabeira virar nas pesquisas, no final quem levou foi o Eduardo Paes por pequena margem de votos para a população do Rio, cerca de 46 mil votos. Sobe a estrela do governador Sérgio Cabral.
Em Salvador, quando se dizia que João Henrique iria perder porque não fez uma boa administração e acreditava-se numa ascensão de Walter Pinheiro do PT, o atual prefeito alcança 58% dos votos.
Em Belém, apesar do amplo apoio de candidatos derrotados no primeiro turno, o candidato do PMDB não conseguiu a transferência dos votos desses candidatos, muito pelo contrário, aqui e ali, diferentemente de BH, dizia-se que a aliança teve o efeito contrário ao pretendido, sobretudo em relação aos votos atribuídos ao candidato Jordy. O prefeito, que tinha uma rejeição nas pesquisas de mais de 30%, consegue quase 60% dos votos válidos.
Em Macapá, depois do filho do ex-governador Capiberibe manter-se quase toda a eleição à frente das pesquisas, no final quem levou foi o candidato apoiado pelo governador do Estado.
Acho que essas oscilações todas mostram que o povo está alerta.
Viradas que se prenunciavam como em BH, foram revertidas(e muito revertidas). Márcio Lacerda ficou com quase 60% dos votos válidos. E agora, como que ficam aqueles analistas que disseram que a população não aceitava a aliança PT-PSDB?
No Rio, depois do Gabeira virar nas pesquisas, no final quem levou foi o Eduardo Paes por pequena margem de votos para a população do Rio, cerca de 46 mil votos. Sobe a estrela do governador Sérgio Cabral.
Em Salvador, quando se dizia que João Henrique iria perder porque não fez uma boa administração e acreditava-se numa ascensão de Walter Pinheiro do PT, o atual prefeito alcança 58% dos votos.
Em Belém, apesar do amplo apoio de candidatos derrotados no primeiro turno, o candidato do PMDB não conseguiu a transferência dos votos desses candidatos, muito pelo contrário, aqui e ali, diferentemente de BH, dizia-se que a aliança teve o efeito contrário ao pretendido, sobretudo em relação aos votos atribuídos ao candidato Jordy. O prefeito, que tinha uma rejeição nas pesquisas de mais de 30%, consegue quase 60% dos votos válidos.
Em Macapá, depois do filho do ex-governador Capiberibe manter-se quase toda a eleição à frente das pesquisas, no final quem levou foi o candidato apoiado pelo governador do Estado.
Acho que essas oscilações todas mostram que o povo está alerta.
sábado, 25 de outubro de 2008
Empolguei com a Patty Labelle
A voz. Criada nas igrejas gospel, é sempre bom ouvi-la. Reparem para a presença de Liz Taylor na platéia. A homenagem é para ela.
Ainda do baú: Joe Cocker e Patty Labelle, you are so beautiful
Numa sempre circense interpretação de Patty Labelle. Essa é de 1985.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Debate na TV: Belém perdeu
Ainda não tinha visto nenhum debate de nossos candidatos a prefeito na tv. Assisti o debate que acabou agora a pouco.
Foi decepcionante.
Ambos mostraram-se mal preparados ou, no mínimo, mal assessorados.
Para mim, que vivo a cidade, sou interessado em direito urbanístico, foi lamentavelmente triste o que vi e ouvi.
O prefeito que está no cargo há quase quatro anos, repetiu mais de cinco vezes, sem nenhuma contradita do candidato desafiante, que Belém não tinha um plano diretor urbano até ele estar na prefeitura.
Ora, Belém tem um plano diretor urbano desde 1993, com a participação de ambos porque eram vereadores à época, que vem sendo desrespeitado sistematicamente.
Se o atual prefeito diz que a cidade não possui plano diretor é porque simplesmente ignorou o existente até então, o que é gravíssimo.
A lei n. 8.655, de 30 de julho de 2008, publicada no Diário Oficial do Município do dia seguinte, nada mais é de que uma revisão, quase não cumprida, do antigo plano diretor.
O antigo plano, entre outras coisas, previa o sistema troncal de transporte urbano, 15 anos depois ainda não cumprido, previa áreas de expansão imobiliária, modificadas por leis esparsas e que permitem este loucura de construção de prédios superiores a 35 andares, bem como o estabelecimento de zonas especiais de interesse social para a implantação de projetos imobiliários para pessoas de baixa renda.
Quando tocaram no assunto saneamento básico, não falaram na importância das estações de tratamento de esgoto, peça chave para complementar a possível implantação dos projetos de macrodrenagem.
Quando tocaram no assunto lixo, não tocaram em nenhum momento na esquecida coleta de lixo seletiva na cidade, nem na criação de postos de coleta de materiais extremamente tóxicos, como as pilhas e as bateriais de celulares.
Quando tocaram no transporte coletivo, não falaram no assunto da expulsão dos usuários de ônibus que os trocaram pelas bicicletas e pelos transportes alternativos porque simplesmente as passagens são caras e as linhas não contemplam minimamente a totalidade da cidade.
Quando tocaram no tema educação, não falaram do esporte como inclusão social e no afastamento das crianças e adolescentes das drogas.
Eles simplesmente não tocaram no assunto patrimônio histórico imobiliário, quando Belém é, ainda, um dos maiores repositórios de prédios históricos do Brasil.
E simplesmente não tocaram no assunto regularização fundiária urbana, na polêmica sobre os terrenos de marinha e das possíveis soluções para o tema.
Pobre Belém.
Lamentável, candidatos.
Foi decepcionante.
Ambos mostraram-se mal preparados ou, no mínimo, mal assessorados.
Para mim, que vivo a cidade, sou interessado em direito urbanístico, foi lamentavelmente triste o que vi e ouvi.
O prefeito que está no cargo há quase quatro anos, repetiu mais de cinco vezes, sem nenhuma contradita do candidato desafiante, que Belém não tinha um plano diretor urbano até ele estar na prefeitura.
Ora, Belém tem um plano diretor urbano desde 1993, com a participação de ambos porque eram vereadores à época, que vem sendo desrespeitado sistematicamente.
Se o atual prefeito diz que a cidade não possui plano diretor é porque simplesmente ignorou o existente até então, o que é gravíssimo.
A lei n. 8.655, de 30 de julho de 2008, publicada no Diário Oficial do Município do dia seguinte, nada mais é de que uma revisão, quase não cumprida, do antigo plano diretor.
O antigo plano, entre outras coisas, previa o sistema troncal de transporte urbano, 15 anos depois ainda não cumprido, previa áreas de expansão imobiliária, modificadas por leis esparsas e que permitem este loucura de construção de prédios superiores a 35 andares, bem como o estabelecimento de zonas especiais de interesse social para a implantação de projetos imobiliários para pessoas de baixa renda.
Quando tocaram no assunto saneamento básico, não falaram na importância das estações de tratamento de esgoto, peça chave para complementar a possível implantação dos projetos de macrodrenagem.
Quando tocaram no assunto lixo, não tocaram em nenhum momento na esquecida coleta de lixo seletiva na cidade, nem na criação de postos de coleta de materiais extremamente tóxicos, como as pilhas e as bateriais de celulares.
Quando tocaram no transporte coletivo, não falaram no assunto da expulsão dos usuários de ônibus que os trocaram pelas bicicletas e pelos transportes alternativos porque simplesmente as passagens são caras e as linhas não contemplam minimamente a totalidade da cidade.
Quando tocaram no tema educação, não falaram do esporte como inclusão social e no afastamento das crianças e adolescentes das drogas.
Eles simplesmente não tocaram no assunto patrimônio histórico imobiliário, quando Belém é, ainda, um dos maiores repositórios de prédios históricos do Brasil.
E simplesmente não tocaram no assunto regularização fundiária urbana, na polêmica sobre os terrenos de marinha e das possíveis soluções para o tema.
Pobre Belém.
Lamentável, candidatos.
Do baú: Uniformes (Kid Abelha e os Abóboras Selvagens)
Ainda relembrando meus tempos de locutor de rádio, mais uma do fundo do baú, uma música do Leoni e do grande Léo Jaime.
A questão da migração nas cidades
O Estado do Pará e a Amazônia, de uma maneira geral, foram destinos de migrantes do Brasil.
No século passado, mais acentuadamente, a abertura das Belém-Brasília e Transamazônica com os consequentes projetos de incentivo a lavoura e a pecuária, fizeram com que diversas famílias do sul e sudeste do país migrassem para o sul, sudeste e sudoeste do Pará. Era o tempo do "Integrar para não Entregar".
Mais recentemente, os fenômenos dos projetos de mineração tem trazido mais e mais migrantes, agora do nordeste, sobretudo do Maranhão para o nosso Estado.
Em paralelo (só posso atribuir ao baixo índice de desenvolvimento humano e a falta de oportunidade de emprego), mais pessoas do vizinho Maranhão vem para a capital do Estado, seja para se empregar como doméstica em casas de família, seja para trabalharem no comércio, seja ainda para trabalharem como ambulantes em nossas ruas.
Uma característica vinda junto com a migração para o interior é que o Estado do Pará é um dos poucos estados da nação com mais homens do que mulheres em sua composição demográfica. Estima-se que tenhamos 500 mil homens a mais do que mulheres. Explica-se na migração para o Pará que primeiro vem o homem tentar a sorte, depois, em dando certa a investida, vem a mulher.
Na capital isso não se confirma, mas já há tantos maranhenses em Belém que, minha secretária, maranhense de Cururupu teve uma oferta de viagem gratuita para a sua cidade natal para que fosse votar. Organizaram-se vários ônibus para levar os maranhenses para exercer o direito de voto. Quanto a esmola é muita o santo desconfia.
Mas, qual são as consequências para uma cidade com alto fluxo migratório.
Ora, se é dificil planejar uma cidade com ausência de controle de natalidade, imagine-se quando "nasce" população, jovem e adulta, pronta para trabalhar, estudar, comer, precisando de médicos, prcisando de abrigo ou...pronta para delinquir.
Diz-se que Jânio Quadros, quando prefeito de São Paulo, montou um posto da prefeitura no terminal rodoviário mais movimentado da cidade que oferecia passagem de volta para o migrante.
No Brasil, nunca se pensou no fluxo migratório interno, a não ser para povoar sem cumprir as promessas do tempo do "integrar...".
Com isso, e com os efeitos colaterais do migração, sobretudo a auência de oportunidades para todos que redunda em violência urbana, normalmente, criou-se uma espécie de xenofobia migratória, de ambos lados, seja de quem migra, seja de quem é da terra.
Por isso que por aqui se diz que o Pará leva a fama, mas os pistoleiros são todos de fora do estado, vide Caso Doroty Stang, onde vítima, mandante, intermediário, executor e ajudante não eram paraenses.
Xenofobias à parte, cidades antes inexistentes caminham para um crescimento exponencial pela falta de planejamento governamental, nas três esferas (federal, estadual, municipal), quando não se prevê o deslocamento humano quando é instalado um projeto mineralógico ou hidrelétrico de grande porte.
Daí que as empresas constroem seus empreedimentos, auferem seus lucros, mas quem paga a conta do fluxo migratório é o município e a cidade, vide casos de Juruti e Canaã de Carajás, ambos no Pará.
Só uma atuação concertada dos governos salva-nos do caos.
No século passado, mais acentuadamente, a abertura das Belém-Brasília e Transamazônica com os consequentes projetos de incentivo a lavoura e a pecuária, fizeram com que diversas famílias do sul e sudeste do país migrassem para o sul, sudeste e sudoeste do Pará. Era o tempo do "Integrar para não Entregar".
Mais recentemente, os fenômenos dos projetos de mineração tem trazido mais e mais migrantes, agora do nordeste, sobretudo do Maranhão para o nosso Estado.
Em paralelo (só posso atribuir ao baixo índice de desenvolvimento humano e a falta de oportunidade de emprego), mais pessoas do vizinho Maranhão vem para a capital do Estado, seja para se empregar como doméstica em casas de família, seja para trabalharem no comércio, seja ainda para trabalharem como ambulantes em nossas ruas.
Uma característica vinda junto com a migração para o interior é que o Estado do Pará é um dos poucos estados da nação com mais homens do que mulheres em sua composição demográfica. Estima-se que tenhamos 500 mil homens a mais do que mulheres. Explica-se na migração para o Pará que primeiro vem o homem tentar a sorte, depois, em dando certa a investida, vem a mulher.
Na capital isso não se confirma, mas já há tantos maranhenses em Belém que, minha secretária, maranhense de Cururupu teve uma oferta de viagem gratuita para a sua cidade natal para que fosse votar. Organizaram-se vários ônibus para levar os maranhenses para exercer o direito de voto. Quanto a esmola é muita o santo desconfia.
Mas, qual são as consequências para uma cidade com alto fluxo migratório.
Ora, se é dificil planejar uma cidade com ausência de controle de natalidade, imagine-se quando "nasce" população, jovem e adulta, pronta para trabalhar, estudar, comer, precisando de médicos, prcisando de abrigo ou...pronta para delinquir.
Diz-se que Jânio Quadros, quando prefeito de São Paulo, montou um posto da prefeitura no terminal rodoviário mais movimentado da cidade que oferecia passagem de volta para o migrante.
No Brasil, nunca se pensou no fluxo migratório interno, a não ser para povoar sem cumprir as promessas do tempo do "integrar...".
Com isso, e com os efeitos colaterais do migração, sobretudo a auência de oportunidades para todos que redunda em violência urbana, normalmente, criou-se uma espécie de xenofobia migratória, de ambos lados, seja de quem migra, seja de quem é da terra.
Por isso que por aqui se diz que o Pará leva a fama, mas os pistoleiros são todos de fora do estado, vide Caso Doroty Stang, onde vítima, mandante, intermediário, executor e ajudante não eram paraenses.
Xenofobias à parte, cidades antes inexistentes caminham para um crescimento exponencial pela falta de planejamento governamental, nas três esferas (federal, estadual, municipal), quando não se prevê o deslocamento humano quando é instalado um projeto mineralógico ou hidrelétrico de grande porte.
Daí que as empresas constroem seus empreedimentos, auferem seus lucros, mas quem paga a conta do fluxo migratório é o município e a cidade, vide casos de Juruti e Canaã de Carajás, ambos no Pará.
Só uma atuação concertada dos governos salva-nos do caos.
sábado, 18 de outubro de 2008
A sua cidade é a cara do seu voto
Ou "O futuro da sua cidade é o seu futuro".
Esses são os slogans das propagandas institucionais do TSE, que junto com outros filmetes formam a inteligente e simpática publicidade sobre as eleições deste ano.
Há um movimento aqui em Belém, algo silencioso, nas classes sociais A e B pelo voto nulo pela insatisfação com os candidatos que foram para o segundo turno.
A sua cidade é a cara de seu voto, assim como os candidatos com potencial eleitoral também.
Alguns analistas continuam achando que o povo brasileiro não sabe votar. Não é bem assim.
O povo, de uma maneira muito própria, busca alternativas eleitorais para a melhora de sua situação.
Só isso explica a eleição de Collor, depois de anos de ditadura. Ele não só se apresentou como o novo, mas era verdadeiramente jovem.
Errando na primeira experiência, o povo brasileiro colocou no Poder Central um intelectual. Insatisfeito, depois de alijar por três vezes, guindou o operário na sua quarta tentativa de chegar à presidência.
No âmbito municipal, analisemos desde 1988. Depois da primeira eleição para prefeito pós-ditadura, Belém tinha um prefeito bem aprovado em pesquisas (Coutinho Jorge), e de fato foi um bom prefeito (que praticamente iniciou a chamada macrodrenagem da Bacia do Una, com o chama projeto CURA) mas que não conseguiu transferir seus votos para o candidato do PMDB, Fernando Velasco e a eleição é vencida por Said Xerfan, por 70% dos votos válidos. Xerfan sai da prefeitura em 90 para disputar o governo do estado e deixa o seu vice Augusto Rezende que perde a eleição para Hélio Gueiros, em 1992. Este por sua vez perde a eleição 1996 para o PT, em uma eleição supreendente, onde os dois mais fortes candidatos, Ramiro Bentes e Elcione Barbalho, se digladiaram e acabaram dando oportunidade a terceira via. Reeleito com dificuldades em 2000, Ana Júlia, candidata do PT (hoje governadora) perde a eleição, em 2004, para o hoje prefeito Duciomar Costa.
Agora o atual prefeito se vê confrontado por José Priante, candidato do PMDB, que se apresenta empatado tecnicamente nas pesquisas com Duciomar.
A trajetória política de ambos á parecida. Começaram a vida pública eleitoral no mesmo 1988, eleitos vereadores. Elegeram-se deputados estaduais no mesmo ano, 1990. Priante elege-se deputado federal em 1994 e Duciomar elege-se Senador da República em 2002, juntamente com Ana Júlia, que em 2006 vence a eleição contra o ex-governador Almir Gabriel, considerado um bom governador, em mais uma eleição surpreendente.
Desta forma, não estamos diante de nenhum novato na política eleitoral. Novatos em eleição eram os candidatos Valéria e Paulo Chaves da coligação DEM-PSDB. Havia um outro também experiente político, mas que disputou a prefeitura pela segunda vez: Arnaldo Jordy, que em minha opinião ainda não deve desistir (vide caso Lula).
Se nossos concorrentes ao segundo turno tem problemas na justiça, esta deve responder com mais celeridade sobre os processos sob sua responsabilidade.
Mas não culpemos o povo. Ele, em mais um movimento legítimo, tenta melhorar de vida.
Se não conseguimos produzir novas lideranças, aí culpemos a elite, classes A e B, as Universidades que não conseguem legitimar representantes da Academia, empresários, que não conseguem viabilizar igualmente representantes, profissionais liberais.
Se observarmos, nas grandes capitais brasileiras e até em pequenos municípios, o povo vai mantendo o seu ritmo de experimentação, que é só o que pode fazer.
E casos de administrações consideradas competentes que não conseguem transferir votos vão se repetindo, vide Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
De qualquer forma, não há verdade mais verdadeira do que a frase "a sua cidade é a cara do seu voto".
Esses são os slogans das propagandas institucionais do TSE, que junto com outros filmetes formam a inteligente e simpática publicidade sobre as eleições deste ano.
Há um movimento aqui em Belém, algo silencioso, nas classes sociais A e B pelo voto nulo pela insatisfação com os candidatos que foram para o segundo turno.
A sua cidade é a cara de seu voto, assim como os candidatos com potencial eleitoral também.
Alguns analistas continuam achando que o povo brasileiro não sabe votar. Não é bem assim.
O povo, de uma maneira muito própria, busca alternativas eleitorais para a melhora de sua situação.
Só isso explica a eleição de Collor, depois de anos de ditadura. Ele não só se apresentou como o novo, mas era verdadeiramente jovem.
Errando na primeira experiência, o povo brasileiro colocou no Poder Central um intelectual. Insatisfeito, depois de alijar por três vezes, guindou o operário na sua quarta tentativa de chegar à presidência.
No âmbito municipal, analisemos desde 1988. Depois da primeira eleição para prefeito pós-ditadura, Belém tinha um prefeito bem aprovado em pesquisas (Coutinho Jorge), e de fato foi um bom prefeito (que praticamente iniciou a chamada macrodrenagem da Bacia do Una, com o chama projeto CURA) mas que não conseguiu transferir seus votos para o candidato do PMDB, Fernando Velasco e a eleição é vencida por Said Xerfan, por 70% dos votos válidos. Xerfan sai da prefeitura em 90 para disputar o governo do estado e deixa o seu vice Augusto Rezende que perde a eleição para Hélio Gueiros, em 1992. Este por sua vez perde a eleição 1996 para o PT, em uma eleição supreendente, onde os dois mais fortes candidatos, Ramiro Bentes e Elcione Barbalho, se digladiaram e acabaram dando oportunidade a terceira via. Reeleito com dificuldades em 2000, Ana Júlia, candidata do PT (hoje governadora) perde a eleição, em 2004, para o hoje prefeito Duciomar Costa.
Agora o atual prefeito se vê confrontado por José Priante, candidato do PMDB, que se apresenta empatado tecnicamente nas pesquisas com Duciomar.
A trajetória política de ambos á parecida. Começaram a vida pública eleitoral no mesmo 1988, eleitos vereadores. Elegeram-se deputados estaduais no mesmo ano, 1990. Priante elege-se deputado federal em 1994 e Duciomar elege-se Senador da República em 2002, juntamente com Ana Júlia, que em 2006 vence a eleição contra o ex-governador Almir Gabriel, considerado um bom governador, em mais uma eleição surpreendente.
Desta forma, não estamos diante de nenhum novato na política eleitoral. Novatos em eleição eram os candidatos Valéria e Paulo Chaves da coligação DEM-PSDB. Havia um outro também experiente político, mas que disputou a prefeitura pela segunda vez: Arnaldo Jordy, que em minha opinião ainda não deve desistir (vide caso Lula).
Se nossos concorrentes ao segundo turno tem problemas na justiça, esta deve responder com mais celeridade sobre os processos sob sua responsabilidade.
Mas não culpemos o povo. Ele, em mais um movimento legítimo, tenta melhorar de vida.
Se não conseguimos produzir novas lideranças, aí culpemos a elite, classes A e B, as Universidades que não conseguem legitimar representantes da Academia, empresários, que não conseguem viabilizar igualmente representantes, profissionais liberais.
Se observarmos, nas grandes capitais brasileiras e até em pequenos municípios, o povo vai mantendo o seu ritmo de experimentação, que é só o que pode fazer.
E casos de administrações consideradas competentes que não conseguem transferir votos vão se repetindo, vide Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
De qualquer forma, não há verdade mais verdadeira do que a frase "a sua cidade é a cara do seu voto".
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Mais de 500 visitas...
Ser blogueiro é um estado de espírito...
A frase já foi usada para tantas outras situações, mas a internet, no que ela tem de melhor, possibilitou que pessoas que tinham alguma coisa a dizer, mesmo que às vezes essas coisas não sejam tão pertinentes, se expressassem.
Ser blogueiro não é o caminho, é UM dos caminhos da comunicação modernosa. Lembro de um pensamento do Millor Fernandes sobre a internet e a febre do uso de computadores. Dizia ele, mais ou menos assim, que com a internet você estaria de frente para o mundo e com as costas viradas para a sua comunidade.
De fato, se você usar a internet como O caminho para comunicação, você estará fadado ao fracasso comunicativo e a solidão. Quantas pessoas não buscam a internet para conversar, procurar romances, baixar músicas, poemas e tantas outras coisas, mas pouco se encontram com outro ser humano para trocar uma idéia, se abraçar e se beijar? E pior, sentem solidão. Muita solidão.
No momento que este blog, que começou em julho, alcança mais de 500 visitas, com uma média que eu nunca imaginei de mais de 100 acessos por mês, quero dizer que continuarei usando-o como um dos caminhos de comunicação, mas pretendo me encontrar conversar, abraçar, confraternizar, trocar idéias, beijar aquelas (e aqueles) que me são caros, pessoalmente.
A frase já foi usada para tantas outras situações, mas a internet, no que ela tem de melhor, possibilitou que pessoas que tinham alguma coisa a dizer, mesmo que às vezes essas coisas não sejam tão pertinentes, se expressassem.
Ser blogueiro não é o caminho, é UM dos caminhos da comunicação modernosa. Lembro de um pensamento do Millor Fernandes sobre a internet e a febre do uso de computadores. Dizia ele, mais ou menos assim, que com a internet você estaria de frente para o mundo e com as costas viradas para a sua comunidade.
De fato, se você usar a internet como O caminho para comunicação, você estará fadado ao fracasso comunicativo e a solidão. Quantas pessoas não buscam a internet para conversar, procurar romances, baixar músicas, poemas e tantas outras coisas, mas pouco se encontram com outro ser humano para trocar uma idéia, se abraçar e se beijar? E pior, sentem solidão. Muita solidão.
No momento que este blog, que começou em julho, alcança mais de 500 visitas, com uma média que eu nunca imaginei de mais de 100 acessos por mês, quero dizer que continuarei usando-o como um dos caminhos de comunicação, mas pretendo me encontrar conversar, abraçar, confraternizar, trocar idéias, beijar aquelas (e aqueles) que me são caros, pessoalmente.
Espaços ociosos, IPTU progressivo e áreas de lazer....
Como já dissemos em outro post, Belém padece de áreas de lazer e contemplação. Não há praças ou quadras de esportes suficientes e necessárias para que jovens e velhos ocupem seu tempo.
Em paralelo, há áreas ociosas na cidade que já deveriam ter sido objeto de aplicação do IPTU progressivo, instrumento legal que possibilita a prefeitura taxar pesadamente aquele que, possuindo um terreno não lhe dá uma função.
Estamos vendo o avanço das obras da macrodrenagem da bacia da chamada Estrada Nova. Um terreno em particular me chama atenção: localizado na Rua Fernando Guilhon (antiga N. Sra. da Conceição) esquina com a Tv. Quintino Bocaiúva.
Há pelo menos dez anos aquele terreno é desabitado. É cercado por um muro que leva o logotipo de uma rede de supermercados de Belém. Um dos lados do terreno ficava contíguo a um canal mal arrumado. Com a macrodrenagem, a contiguidade está sumindo e nascendo uma rua entre o terreno e o canal.
Pelo menos três prefeitos já passaram pela prefeitura e não usaram o instrumento do IPTU progressivo. Por quê?
Este terreno poderia muito bem servir para uma praça ou várias quadras de esportes.
Quando o Estado não cuida de organizar a cidade, vai se estabelecendo a informalidade, uma espontaneidade predatória onde todos fazem o que bem entendem.
Belém, capital de um Estado, devia cuidar de ter uma postura condizente com a sua posição.
A cidade comporta-se como uma cidade do interior, e pior, de interior atrasado.
Em paralelo, há áreas ociosas na cidade que já deveriam ter sido objeto de aplicação do IPTU progressivo, instrumento legal que possibilita a prefeitura taxar pesadamente aquele que, possuindo um terreno não lhe dá uma função.
Estamos vendo o avanço das obras da macrodrenagem da bacia da chamada Estrada Nova. Um terreno em particular me chama atenção: localizado na Rua Fernando Guilhon (antiga N. Sra. da Conceição) esquina com a Tv. Quintino Bocaiúva.
Há pelo menos dez anos aquele terreno é desabitado. É cercado por um muro que leva o logotipo de uma rede de supermercados de Belém. Um dos lados do terreno ficava contíguo a um canal mal arrumado. Com a macrodrenagem, a contiguidade está sumindo e nascendo uma rua entre o terreno e o canal.
Pelo menos três prefeitos já passaram pela prefeitura e não usaram o instrumento do IPTU progressivo. Por quê?
Este terreno poderia muito bem servir para uma praça ou várias quadras de esportes.
Quando o Estado não cuida de organizar a cidade, vai se estabelecendo a informalidade, uma espontaneidade predatória onde todos fazem o que bem entendem.
Belém, capital de um Estado, devia cuidar de ter uma postura condizente com a sua posição.
A cidade comporta-se como uma cidade do interior, e pior, de interior atrasado.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Estou de volta...
Após breve interregno, como diriam os antigos, estou de volta.
Após a ressaca das eleições, ressaca de encontros com amigos que não via há tanto tempo e ressaca do Círio de Nazaré, encontro as letras.
Volto às atividades e muito trabalho, este último ampliado pela luta na edição de minha dissertação de mestrado sobre terrenos de marinha que finalmente sairá.
Aguardem...
Após a ressaca das eleições, ressaca de encontros com amigos que não via há tanto tempo e ressaca do Círio de Nazaré, encontro as letras.
Volto às atividades e muito trabalho, este último ampliado pela luta na edição de minha dissertação de mestrado sobre terrenos de marinha que finalmente sairá.
Aguardem...
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
A simplicidade da transcendência
Algum cientista já havia falado que quanto mais estudava, mais se aproximava de Deus.
Em verdade, isto quase nunca é sinônimo de verdade.
Quando meu pai adoeceu gravemente, tive acesso a um livro (mas não me perguntem o nome dele) onde havia uma estatística que as pessoas com câncer, de classe mais baixa, tinham mais sucesso no tratamento, muitas vezes por conta do componente religioso e de fé, ao contrário das pessoas com nível superior, mestrado e doutorado, que tinham resistência ao transcendente.
Quem já teve a experiência de ter que contar com um hospital público para tratar de um câncer pode imaginar porque o povo simples tem tanta fé.
Quem tem dinheiro, quem pode pagar um bom plano de saúde, que tem acesso aos melhores médicos e equipamentos, mantém quase sempre uma relação de confiança e de fé com seus médicos e as engenhocas que "operam" milagres.
O pobre, além também de contar com os heróis que estão nos hospitais públicos, contam apenas com o místico, com a fé, com a força de seu pensamento, com sua vontade de viver.
O Círio de Nazaré é momento de reflexão que transcende a religião para se tornar um fenômeno social.
O que leva a tanta gente pobre, humilde a se unir e ir à ruas expressar esse compromisso consigo mesmo e com sua fé?
Para eles, transcender é tão simples. Para letrados, a transcedência é tão mais complicada.
Abaixo, uma das belas músicas composta pelo Padre Fábio de Melo para o Círio.
Em verdade, isto quase nunca é sinônimo de verdade.
Quando meu pai adoeceu gravemente, tive acesso a um livro (mas não me perguntem o nome dele) onde havia uma estatística que as pessoas com câncer, de classe mais baixa, tinham mais sucesso no tratamento, muitas vezes por conta do componente religioso e de fé, ao contrário das pessoas com nível superior, mestrado e doutorado, que tinham resistência ao transcendente.
Quem já teve a experiência de ter que contar com um hospital público para tratar de um câncer pode imaginar porque o povo simples tem tanta fé.
Quem tem dinheiro, quem pode pagar um bom plano de saúde, que tem acesso aos melhores médicos e equipamentos, mantém quase sempre uma relação de confiança e de fé com seus médicos e as engenhocas que "operam" milagres.
O pobre, além também de contar com os heróis que estão nos hospitais públicos, contam apenas com o místico, com a fé, com a força de seu pensamento, com sua vontade de viver.
O Círio de Nazaré é momento de reflexão que transcende a religião para se tornar um fenômeno social.
O que leva a tanta gente pobre, humilde a se unir e ir à ruas expressar esse compromisso consigo mesmo e com sua fé?
Para eles, transcender é tão simples. Para letrados, a transcedência é tão mais complicada.
Abaixo, uma das belas músicas composta pelo Padre Fábio de Melo para o Círio.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Música do dia: Live to Tell (Madonna)
Já disse aqui neste espaço que fui locutor de rádio FM por um breve período de tempo da minha vida.
Uma das músicas que mais tocava já publiquei aqui, que é Mal Nenhum do Lobão.
Outra que era hit parade no distante 1986 era essa da Madonna, que inaugurou uma fase mais adulta da musa, depois dos sucessos bolderline, dress you up, material girl e outros.
Observem que a até a voz dela está diferente da encontrada nos primeiros sucessos.
Uma das músicas que mais tocava já publiquei aqui, que é Mal Nenhum do Lobão.
Outra que era hit parade no distante 1986 era essa da Madonna, que inaugurou uma fase mais adulta da musa, depois dos sucessos bolderline, dress you up, material girl e outros.
Observem que a até a voz dela está diferente da encontrada nos primeiros sucessos.
O céu que nos protege
Estamos vivendo o clima da maior festa popular do Estado do Pará: o Círio de Nossa Senhora de Nazaré.
Além de festa popular, é uma festa cultural que transcende o aspecto religioso.
O Círio agrega, é alegria, é momento de reflexão, tem o poder de reunir as famílias, confraterniza. Segundo relato de uma comandante da Polícia Militar, no Círio há uma diminuição da criminalidade em Belém.
Um dos testemunhos mais bonitos que ouvi nos últimos tempos foi de um amigo, espírita, que disse que há poucas referências a Maria no espiritismo. Mas nas poucas referências, ela é considerada um espirito de luz, expressão maior do puro amor, que no plano espiritual acolhe sobretudo as pessoas que se suicidaram. E que devemos nos orgulhar de cultuar esse espírito de bondade.
Emocionante.
Eu me orgulho dessa festa. Quem dera pudéssemos ter mais círios para agradecer as graças, para desejar o bem, para nos reconciliarmos com nós mesmos.
Quem sabe possamos fazer cada dia um círio dentro de nós.
Assim, tenho certeza, que o céu nos protegerá.
Feliz Círio a todos
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Nossa vida acelerada e a Ressonância de Schumann
Nos últimos seis meses, minha personalidade e meu jeito de ser tem sido postos em xeque.
Muitos demandam que eu preciso ser mais sereno, menos estressado, mais gentil, menos ansioso.
Lembrei-me de um artigo do Frei Leonardo Boff, publicado no livro Almanaque Brasil Sócioambiental, do Instituto Socioambietal que fala da Ressonância de Schumann.
Trata dessa sensação que nós temos que a nossa vida está mais acelerada, que não temos tempo para nada, que o nosso tempo não está sendo suficiente, que os dias parecem que não tem mais 24 horas.
Diz Leonardo Boff:
"O físico alemão W.O. Schumann constatou em 1952 que a terra é cercada por um campo eletromagnético poderoso que se forma entre o solo e a parte inferior da ionosfera, cerca de 100 Km acima de nós. Esse campo possui uma ressonância (daí chamar-se ressonância de Schumann), mais ou menos constante, da ordem de 7,83 pulsações por segundo. Funciona como uma espécie de marca passo, responsável pelo equilíbrio da biosfera, condição comum de todas as formas de vida. Verificou-se também que todos os vertebrados e o nosso cérebro são dotados da mesma frequência de 7,83 hertz(...) fez-se a constatação que não podemos ser saudáveis fora dessa frequência biológica natural (...) Ocorre que a partir dos anos 1980, e de forma mais acentuada a partir dos anos 1990, a frequência passou para 7,83 para 11 e para 13 hertz por segundo. O coração da terra disparou. Coincidentemente, desequilíbrios ecológicos se fizeram sentir: perturbações climáticas, maior atividade dos vulcões, crescimento de tensões e conflitos no mundo e aumento geral de comportamentos desviantes nas pessoas entre outros. Devido à aceleração geral, a jornada de 24 horas, na verdade, é somente de 16horas. Portanto, a percepção de que tudo está passando rápido demais não é ilusória, mas teria base real nesse transtorno da ressonância de Schumann".
Antes que vocês, meus cinco leitores cativos, digam que eu estou colocando a culpa pelo meu jeito de ser na ressonância de Schumann, afirmo que não.
Lembrei o texto, a partir das demandas que tem se apresentado a mim para falar da sua conclusão que é muito mais importante.
Para Leonardo Boff, a terra ultrapassou o limite da suportabilidade, que não podemos mais parar a roda do aquecimento global e do processo destrutivo, apenas desacelerá-lo, mediante um processo de adaptação ou minoração dos efeitos nocivos. A terra é Gaia, quer dizer, um periorganismo vivo que articula o físico, o químico, o biológico e o antropológico de tal forma que ela se torna benevolente com a vida, mas agora ela não está mais dando conta sozinha. Precisa da nossa ajuda. Temos de ajudá-la, mudando o padrão de produção e consumo.
E completa:
"A busca do equilíbrio deve começar por nós mesmos: fazer tudo sem estresse, com mais serenidade, com mais amor, que é uma energia cósmica e essencialmente humanizadora. Precisamos respirar juntos com a terra, para conspirar com ela pela paz, que é o equilíbrio do movimento".
Essa é a lição para ser aprendida por mim e por quem me lê.
Muitos demandam que eu preciso ser mais sereno, menos estressado, mais gentil, menos ansioso.
Lembrei-me de um artigo do Frei Leonardo Boff, publicado no livro Almanaque Brasil Sócioambiental, do Instituto Socioambietal que fala da Ressonância de Schumann.
Trata dessa sensação que nós temos que a nossa vida está mais acelerada, que não temos tempo para nada, que o nosso tempo não está sendo suficiente, que os dias parecem que não tem mais 24 horas.
Diz Leonardo Boff:
"O físico alemão W.O. Schumann constatou em 1952 que a terra é cercada por um campo eletromagnético poderoso que se forma entre o solo e a parte inferior da ionosfera, cerca de 100 Km acima de nós. Esse campo possui uma ressonância (daí chamar-se ressonância de Schumann), mais ou menos constante, da ordem de 7,83 pulsações por segundo. Funciona como uma espécie de marca passo, responsável pelo equilíbrio da biosfera, condição comum de todas as formas de vida. Verificou-se também que todos os vertebrados e o nosso cérebro são dotados da mesma frequência de 7,83 hertz(...) fez-se a constatação que não podemos ser saudáveis fora dessa frequência biológica natural (...) Ocorre que a partir dos anos 1980, e de forma mais acentuada a partir dos anos 1990, a frequência passou para 7,83 para 11 e para 13 hertz por segundo. O coração da terra disparou. Coincidentemente, desequilíbrios ecológicos se fizeram sentir: perturbações climáticas, maior atividade dos vulcões, crescimento de tensões e conflitos no mundo e aumento geral de comportamentos desviantes nas pessoas entre outros. Devido à aceleração geral, a jornada de 24 horas, na verdade, é somente de 16horas. Portanto, a percepção de que tudo está passando rápido demais não é ilusória, mas teria base real nesse transtorno da ressonância de Schumann".
Antes que vocês, meus cinco leitores cativos, digam que eu estou colocando a culpa pelo meu jeito de ser na ressonância de Schumann, afirmo que não.
Lembrei o texto, a partir das demandas que tem se apresentado a mim para falar da sua conclusão que é muito mais importante.
Para Leonardo Boff, a terra ultrapassou o limite da suportabilidade, que não podemos mais parar a roda do aquecimento global e do processo destrutivo, apenas desacelerá-lo, mediante um processo de adaptação ou minoração dos efeitos nocivos. A terra é Gaia, quer dizer, um periorganismo vivo que articula o físico, o químico, o biológico e o antropológico de tal forma que ela se torna benevolente com a vida, mas agora ela não está mais dando conta sozinha. Precisa da nossa ajuda. Temos de ajudá-la, mudando o padrão de produção e consumo.
E completa:
"A busca do equilíbrio deve começar por nós mesmos: fazer tudo sem estresse, com mais serenidade, com mais amor, que é uma energia cósmica e essencialmente humanizadora. Precisamos respirar juntos com a terra, para conspirar com ela pela paz, que é o equilíbrio do movimento".
Essa é a lição para ser aprendida por mim e por quem me lê.
Eleição: fim de mais um capítulo numa história familiar
Meus antepassados foram políticos. Meu tataravô, Coronel do O'de Almeida foi político. Alguns filhos dele foram políticos. Um deles diretor do museu Emílio Goeldi, outro "Senador" da Província (o correspondente ao hoje deputado estadual.
Depois de um hiato de quase 50 anos, meu pai tornou-se político. Foi vereador por 20 anos desde 1976 até 1996, quando faleceu ainda no cargo. No mesmo ano, meu irmão foi candidato. Não se elegeu por 37 votos.
Passados 12 anos, mais uma vez tentou. Obteve 2.500, mas não conseguiu se eleger. Quatro dos cinco filhos de meu pai são servidores públicos. O outro é professor de educação física mas é como se fosse servidor público porque serve a um público de centenas de alunos na academia onde trabalha. Dizem que você apenas por ser servidor público já é um político. Resguardadas as características, isso é em parte verdade.
Em verdade, cada um de nós, e o Emanoel mais ainda porque sei que continuará a sua caminhada, fazemos política. Uns política institucional, outros política partidária, outros política religiosa (minha irmã é há quatro anos da diretoria que organiza o Círio de Nazaré), outros política cultural (outro irmão trabalha na secretaria de cultura) e outro ainda política esportiva.
Política está no nosso sangue.
Se pudesse pedir alguma coisa para o Emanoel nesse momento era não esmoreça. Se pudesse desejar alguma coisa, diria como nossos pais deus te abençõe
Depois de um hiato de quase 50 anos, meu pai tornou-se político. Foi vereador por 20 anos desde 1976 até 1996, quando faleceu ainda no cargo. No mesmo ano, meu irmão foi candidato. Não se elegeu por 37 votos.
Passados 12 anos, mais uma vez tentou. Obteve 2.500, mas não conseguiu se eleger. Quatro dos cinco filhos de meu pai são servidores públicos. O outro é professor de educação física mas é como se fosse servidor público porque serve a um público de centenas de alunos na academia onde trabalha. Dizem que você apenas por ser servidor público já é um político. Resguardadas as características, isso é em parte verdade.
Em verdade, cada um de nós, e o Emanoel mais ainda porque sei que continuará a sua caminhada, fazemos política. Uns política institucional, outros política partidária, outros política religiosa (minha irmã é há quatro anos da diretoria que organiza o Círio de Nazaré), outros política cultural (outro irmão trabalha na secretaria de cultura) e outro ainda política esportiva.
Política está no nosso sangue.
Se pudesse pedir alguma coisa para o Emanoel nesse momento era não esmoreça. Se pudesse desejar alguma coisa, diria como nossos pais deus te abençõe
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
EMANOEL O' DE ALMEIDA - 15.115
Este blog está meio devagar esses dias por conta da carga de trabalho.
Mas para aqueles que o lêem, domingo é dia de eleição e peço que avaliem votar no meu irmão Emanoel, que continuou o trabalho abnegado de meu pai na APAE e pretende avançar nas conquistas tendo um espaço no legislativo municipal.
Até qualquer hora.
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
A cidade é a nossa casa!
Ecologia é a junção das palavras gregas ôikos, que quer dizer casa, domicílio, habitat e lógos, que quer dizer estudo, ciência, linguagem. Do latim, a palavra logo, que quer dizer morada.
Assim, poderíamos dizer que a ecologia trata da "morada das moradas" ou a "ciência da casa".
Se o planeta que habitamos é a nossa casa, imagine a cidade que moramos.
Nos programas eleitorais deste ano quase todos os candidatos pensam em números, grandes números. Empregar milhões na construção de hospitais, postos de saúde, asfalto, quase tudo relacionado construir ou comprar.
Vi pouco falarem de pessoas e da administração da máquina pública.
Guardados os níveis de complexidade, governar uma cidade é como administrar nossa casa. Verificar se tem alguma lâmpada queimada, verificar se a iluminação é apropriada, verificar se a água está em condições de uso, verificar a limpeza, observar se os filhos não estão fazendo muito barulho que chegue a incomodar os vizinhos ou aprontando alguma coisa que ponha em risco a integridade deles e da casa, ver se o alimento está a contento, verificar se o lixo está bem acondicionado e já foi posto para fora. Ver se os filhos estão fazendo a lição e estudando, se fazem esportes para o bem da saúde e da mente. Se ficam doente, levar ao médico. Ao dentista com a frequência necessária para manter a saúde bucal.
Agora observem as atividades caseiras do nosso dia-a-dia e tentem imaginar a sua cidade.
A iluminação pública é adequada ?; há lâmpadas queimadas nas ruas?
Não sei a de vocês mas a minha é surpreendentemente escura, em ruas centrais e periféricas, apesar de se a capital do Estado da maior Hidrelétrica nacional: Tucuruí.
A água está adequada para o consumo?
As doenças de veiculação hídrica na cidade(Só tenho dados antigos. Seria preciso novos dados. Mas o que mudou de 1997 para cá?) de 1990 a 1997: 1992, 621 casos de cólera; 1994 16.904 casos de diarréia; 1995, 1080 casos de hepatite infecciosa, 51 de febre tifóide e 274 de leptospirose. Detalhe: as doenças infecto-parasitárias, de origem hídrica, estão entre as cinco principais causas de mortalidade de crianças menores de cinco anos de idade segundo a Organização Mundial de Saúde.
A cidade está limpa?
Uma das coisas que chama a atenção dos turistas que visitam Belém, além das belezas dos prédios históricos, da Estação das Docas, da Casa das 11 janelas, Mangal da Garças etc, é a sujeira de suas ruas e a pichação dos prédios. Falávamos em outro post sobre a ausência total de um programa de coleta seletiva do lixo sobre toda a coletividade.
A cidade está ou é barulhenta ou tem cuidado da integridade dos municípes?
Tenho uma amiga que já conhece todos os diretores da Secretaria Municipal de Urbanismo e secretaria Municpal de Meio Ambiente pelo nome porque quer fechar um bar no bairro da Cidade velha que teima em fazer barulho à noite inteira, sem conseguir. Conseguiu fechar uma venda clandestina de gás de cozinha, depois de muito pelejar, como diz o paraense. As instituições simplesmente não se comunicam.
Minha amiga agora está tentando o Ministério Público Estadual, num exercício de cidadania admirável.
Mas e os outros bairros? E as grandes aglomerações e shows particulares em áreas bastante adensadas populacionalmente, como estão?
O alimento está a contento?
A cidade importa 80% do que consome como alimento e como anda a nossa vigilância sanitária?
E mais, crianças fora da escola, sem locais de lazer, saúde municipal em fragalhos.
Penso que quando pensarmos de forma mais simples, teremos a eficiência de uma dona de casa na gestão da cidade.
Assim, poderíamos dizer que a ecologia trata da "morada das moradas" ou a "ciência da casa".
Se o planeta que habitamos é a nossa casa, imagine a cidade que moramos.
Nos programas eleitorais deste ano quase todos os candidatos pensam em números, grandes números. Empregar milhões na construção de hospitais, postos de saúde, asfalto, quase tudo relacionado construir ou comprar.
Vi pouco falarem de pessoas e da administração da máquina pública.
Guardados os níveis de complexidade, governar uma cidade é como administrar nossa casa. Verificar se tem alguma lâmpada queimada, verificar se a iluminação é apropriada, verificar se a água está em condições de uso, verificar a limpeza, observar se os filhos não estão fazendo muito barulho que chegue a incomodar os vizinhos ou aprontando alguma coisa que ponha em risco a integridade deles e da casa, ver se o alimento está a contento, verificar se o lixo está bem acondicionado e já foi posto para fora. Ver se os filhos estão fazendo a lição e estudando, se fazem esportes para o bem da saúde e da mente. Se ficam doente, levar ao médico. Ao dentista com a frequência necessária para manter a saúde bucal.
Agora observem as atividades caseiras do nosso dia-a-dia e tentem imaginar a sua cidade.
A iluminação pública é adequada ?; há lâmpadas queimadas nas ruas?
Não sei a de vocês mas a minha é surpreendentemente escura, em ruas centrais e periféricas, apesar de se a capital do Estado da maior Hidrelétrica nacional: Tucuruí.
A água está adequada para o consumo?
As doenças de veiculação hídrica na cidade(Só tenho dados antigos. Seria preciso novos dados. Mas o que mudou de 1997 para cá?) de 1990 a 1997: 1992, 621 casos de cólera; 1994 16.904 casos de diarréia; 1995, 1080 casos de hepatite infecciosa, 51 de febre tifóide e 274 de leptospirose. Detalhe: as doenças infecto-parasitárias, de origem hídrica, estão entre as cinco principais causas de mortalidade de crianças menores de cinco anos de idade segundo a Organização Mundial de Saúde.
A cidade está limpa?
Uma das coisas que chama a atenção dos turistas que visitam Belém, além das belezas dos prédios históricos, da Estação das Docas, da Casa das 11 janelas, Mangal da Garças etc, é a sujeira de suas ruas e a pichação dos prédios. Falávamos em outro post sobre a ausência total de um programa de coleta seletiva do lixo sobre toda a coletividade.
A cidade está ou é barulhenta ou tem cuidado da integridade dos municípes?
Tenho uma amiga que já conhece todos os diretores da Secretaria Municipal de Urbanismo e secretaria Municpal de Meio Ambiente pelo nome porque quer fechar um bar no bairro da Cidade velha que teima em fazer barulho à noite inteira, sem conseguir. Conseguiu fechar uma venda clandestina de gás de cozinha, depois de muito pelejar, como diz o paraense. As instituições simplesmente não se comunicam.
Minha amiga agora está tentando o Ministério Público Estadual, num exercício de cidadania admirável.
Mas e os outros bairros? E as grandes aglomerações e shows particulares em áreas bastante adensadas populacionalmente, como estão?
O alimento está a contento?
A cidade importa 80% do que consome como alimento e como anda a nossa vigilância sanitária?
E mais, crianças fora da escola, sem locais de lazer, saúde municipal em fragalhos.
Penso que quando pensarmos de forma mais simples, teremos a eficiência de uma dona de casa na gestão da cidade.
Assinar:
Postagens (Atom)