Ou "O futuro da sua cidade é o seu futuro".
Esses são os slogans das propagandas institucionais do TSE, que junto com outros filmetes formam a inteligente e simpática publicidade sobre as eleições deste ano.
Há um movimento aqui em Belém, algo silencioso, nas classes sociais A e B pelo voto nulo pela insatisfação com os candidatos que foram para o segundo turno.
A sua cidade é a cara de seu voto, assim como os candidatos com potencial eleitoral também.
Alguns analistas continuam achando que o povo brasileiro não sabe votar. Não é bem assim.
O povo, de uma maneira muito própria, busca alternativas eleitorais para a melhora de sua situação.
Só isso explica a eleição de Collor, depois de anos de ditadura. Ele não só se apresentou como o novo, mas era verdadeiramente jovem.
Errando na primeira experiência, o povo brasileiro colocou no Poder Central um intelectual. Insatisfeito, depois de alijar por três vezes, guindou o operário na sua quarta tentativa de chegar à presidência.
No âmbito municipal, analisemos desde 1988. Depois da primeira eleição para prefeito pós-ditadura, Belém tinha um prefeito bem aprovado em pesquisas (Coutinho Jorge), e de fato foi um bom prefeito (que praticamente iniciou a chamada macrodrenagem da Bacia do Una, com o chama projeto CURA) mas que não conseguiu transferir seus votos para o candidato do PMDB, Fernando Velasco e a eleição é vencida por Said Xerfan, por 70% dos votos válidos. Xerfan sai da prefeitura em 90 para disputar o governo do estado e deixa o seu vice Augusto Rezende que perde a eleição para Hélio Gueiros, em 1992. Este por sua vez perde a eleição 1996 para o PT, em uma eleição supreendente, onde os dois mais fortes candidatos, Ramiro Bentes e Elcione Barbalho, se digladiaram e acabaram dando oportunidade a terceira via. Reeleito com dificuldades em 2000, Ana Júlia, candidata do PT (hoje governadora) perde a eleição, em 2004, para o hoje prefeito Duciomar Costa.
Agora o atual prefeito se vê confrontado por José Priante, candidato do PMDB, que se apresenta empatado tecnicamente nas pesquisas com Duciomar.
A trajetória política de ambos á parecida. Começaram a vida pública eleitoral no mesmo 1988, eleitos vereadores. Elegeram-se deputados estaduais no mesmo ano, 1990. Priante elege-se deputado federal em 1994 e Duciomar elege-se Senador da República em 2002, juntamente com Ana Júlia, que em 2006 vence a eleição contra o ex-governador Almir Gabriel, considerado um bom governador, em mais uma eleição surpreendente.
Desta forma, não estamos diante de nenhum novato na política eleitoral. Novatos em eleição eram os candidatos Valéria e Paulo Chaves da coligação DEM-PSDB. Havia um outro também experiente político, mas que disputou a prefeitura pela segunda vez: Arnaldo Jordy, que em minha opinião ainda não deve desistir (vide caso Lula).
Se nossos concorrentes ao segundo turno tem problemas na justiça, esta deve responder com mais celeridade sobre os processos sob sua responsabilidade.
Mas não culpemos o povo. Ele, em mais um movimento legítimo, tenta melhorar de vida.
Se não conseguimos produzir novas lideranças, aí culpemos a elite, classes A e B, as Universidades que não conseguem legitimar representantes da Academia, empresários, que não conseguem viabilizar igualmente representantes, profissionais liberais.
Se observarmos, nas grandes capitais brasileiras e até em pequenos municípios, o povo vai mantendo o seu ritmo de experimentação, que é só o que pode fazer.
E casos de administrações consideradas competentes que não conseguem transferir votos vão se repetindo, vide Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
De qualquer forma, não há verdade mais verdadeira do que a frase "a sua cidade é a cara do seu voto".
sábado, 18 de outubro de 2008
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3 comentários:
É isso aí! Algum deles vai ser eleito. Portanto, SE os dois são ruins, que se vote no menos ruim! Burro é quem vota nulo e não participa da escolha! kkk
Oi Mauro, hoje em dia, infelizmente não é a classe A ou B que elege e sim aqueles mais necessitados que são beneficiados com a rua recém asfaltado de um asfalto duvidoso, de uma inclusão digital com computadores de 1990, e assim vai, o que temos que fazer é a nossa parte, se o povo elege um político bom ou ruim, mas no fim é a cara deles e nós que pagamos todas essas contas e não desfrutamos de nada, temos que lamentar ou virar classe D :) Abração e parabéns pelo blog.
Na verdade Fábio, são eles que votam mas é a elite política, empresarial, comercial e acadêmica que com sua omissão ou ação desastrada fazem com que os pobres não comendo, não estudando bem, não trabalhando e não se divertindo nos levem a caminhos também distorcidos.
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