quinta-feira, 30 de julho de 2009

Anatomia do atraso

Belém tem uma certa resistência a crescer com civilidade.
Eu e um de meus irmãos brincamos que não conhecemos uma cidade pelo número de Shopping Centers que possui, mas pelos leitos de UTI, posto que isso demonstra a preocupação com a saúde em estado mais grave da população.
Mas, ainda que Belém tenha UTI's razoavelmente instaladas, ainda tem muitos ranços do provincianismo.
Um deles é a liberação de profissionais da saúde em época de natal, ano novo e também...de férias de julho.
Chega-me a notícia que amanhã, 31 de julho de 2009, do século XXI, não haverá expediente no serviço de quimioterapia do Hospital Ophir Loyola, referência em câncer para o Pará por conta do veraneio de julho.
Crescer? para onde?

Cidades Menores

Belém é uma cidade sui generis nas férias escolares.
Neste período, muitas pessoas simplesmente se mudam da cidade, "morando" um mês, quinze ou dez dias nos balneários e em outros municípios.
Estima-se que mais de 500 mil, dos 1 milhão e meio de habitantes de Belém se movam daqui.
O resultado: ruas com trânsito calmo, menos barulho, mais tranquilidade. Poderia dizer também menos produção de lixo, violência etc, mas fiquemos nos primeiros.
Há muito venho expondo aqui no blog a necessidade de reorganização das cidades brasileiras, baseada sobretudo na melhor distribuição dos centros comerciais, escolas, pólos de moradia, melhor distribuição e acesso de transporte público. E ainda que entenda que o fato de que as escolas estejam em recesso, o que facilita muito a mobilidade do transporte, o que salta aos olhos como conclusão do evento férias é que as cidades precisam ficar menores.
Também aqui no espaço tenho dado grande importância ao controle da natalidade e planejamento familiar como mecanismo de urbanificação da cidade entendido este termo como um procedimento racional de correção dos distúrbios causados pelo crescimento e origem das cidades, sendo estes de cunho social, econômico, político, ambiental, cultural,etc.O termo urbanificação foi cunhado por Gaston Bardet, para designar a aplicação dos princípios do urbanismo, advertindo que a urbanização é o mal, a urbanificação é o remédio" (cf. "Direito Urbanístico Brasileiro", Ed. Malheiros, São Paulo, 2.ª edição, 1995, pág. 21).
É evidente que transferir pessoas de uma cidade para outra, coordenadamente, é tarefa quase impossível, ainda que isso aconteça de forma espontânea, como é o caso da população do Maranhão, que invade Belém e o Pará em busca de oportunidades. O único exemplo conhecido foi do ex-prefeito de SP, Jânio Quadros, que pagava passagens para migrantes voltarem para seus Estados natais, sobretudo o nordeste.
Tornar as cidades, sobretudo capitais e metrópoles, mais humanas e habitáveis é tarefa que ainda a ser vencida.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Tá nascendo.....



Há nove meses, depois de uma tempestade, apareceu um sol louro na minha vida. Essa moça aí da foto. A Ana Carolina, a Carol, como disse um amigo meu, apareceu com uma nova proposta e me fez rever as idéias de levar uma vida alone by my self.
Nove meses...Parece estar nascendo uma nova história de amor...

Mussum Forévis....



29 de julho de 1994 - 29 de julho de 2009

É muito tempo sem a alegria do Mussum. Para mim, junto com o Zacarias, os melhores trapalhões.
Saudades do forévis, cacildis, da Mangueira, do tempo que tudo isso representou.

terça-feira, 28 de julho de 2009

NO LIMITE...

Lemos e vemos nos jornais impressos e televisivos, uma nova onda de protestos, agora dos chamados FRETADOS, ônibus alugados por grupos de pessoas para apanhá-los e deixá-los em pontos pré-definidos.
Mais um caso de solução estatal bem depois da distorção criada.
As cidades tem crescido, via-de-regra, sem planejamento. E o poder público é quase sempre responsável pelas distorções criadas a partir de sua incúria.
Os centros comerciais e de trabalho não são distribuídos harmonicamente pela cidade, muito pelo contrário.
Normalmente, um centro comercial consolidado como os de Rio e São Paulo são pressionados cada vez mais por mais pessoas trabalhando no local porque prédios antigos que comportavam menos gente e salas são substituídos por grandes estruturas de andares e salas, sem a correspondente contrapartida de estacionamento, só para dar um exemplo.
E as distorções começam. As pessoas tem que trabalhar e não tem opção de transporte coletivo ou o transporte é deficiente, ou ainda as linhas não contemplam de forma isonômica a todos os usuários. Nascem as Vans, motos-táxis e, como vemos, os FRETADOS.
Aí o trânsito engarrafa, o comércio começa a perder dinheiro, as empresas tem problemas com os atrasos dos funcionários, as associações comerciais e empresariais reclamam para a prefeitura, a prefeitura tenta resolver e o picadeiro está armado.
armado, inclusive, por aqueles que não querem mais paradas de FRETADOS na frente de suas casas e prédios.
São Paulo talvez seja o melhor exemplo de cidade que queira sobreviver ao caos e insiste em não prever a mobilidade humana, acolhendo mais e mais pessoas de outros estados e cidades, numa luta inglória e de resultado previsível.
Ela não será o único exemplo. Cidades bem, mas bem menores que São Paulo, como Belém, por exemplo, já começam a viver o problema do caos urbano do transporte porque não consegue dar conta de oferecer oportunidade de meios de locomoção, nem se organizar, planejando-se, suficientemente bem para dar paz aos moradores.
Creio que se a Rede Globo, ao invés de ficar criando ambientes artificiais de programas como JOGO DURO e NO LIMITE, criasse um programa que simplesmente teriam pessoas que enfrentassem o dia-a-dia urbano, o resultado seria bem melhor....

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Um blogueiro inconstante...

Faz quase um mês que não escrevo no blog ou não reproduzo matérias, como era de meu feitio.
Não posso atribuir ao tempo, já que o meu trabalho me faz continuar a observar o cotidiano nacional.
Também adoro observar o cotidiano local, sobretudo o da minha cidade.
Nesse mês que quase se vai, pessoas se foram e me emocionaram.
A morte, aliás, já não escolhe perfil de personalidade(será que um dia escolheu?).
Antes se dizia que os estressados e irriquietos seriam mais propensos a receber a visita da maldita senhora, mas agora não há limites para ela. Pelo menos no quesito morte morrida.
De morte matada ou morte acidentada, falemos em outra hora.
Coração, AVC ou câncer, pessoas jovens estão indo.
Duas em particular me chamaram a atenção José Franco e Juvêncio Arruda.
Zé Franco no mesmo dia que Michael Jackson, morreu depois de visitar e confraternizar com seu pai, que fazia mais um aniversário, bem depois dos 70 anos. Trabalhando, a morte o levou pelo coração.
Pessoa das mais cordiais que já conheci, gostava de malhar, receber, ser amigo, papear...Cuidava-se para envelhecer com sua Adriana e seus filhos. Nada, a maldita da morte o levou.
Juvêncio, que passou 54 anos nesta terra, sociólogo, a quem não conhecia, estreou como blogueiro há pouco mais de um ano e logo se tornou referência como se jornalista fosse. Aliás, um exemplo de quem, mesmo não tendo diploma, sabe comunicar.
Segundo disseram, um câncer de rim o levou em menos de um Mês desde diagnóstico.
Por que isso está acontecendo?
Por que tantos canceres? Por que tantas mortes súbitas?
Será que já experimentamos o resultado do que comemos e o modelo de vida que nos infligem?
É só meio-ambiente ou é o trabalho também?
Só fazer yôga adianta?

De passamento em passamento vou me tornando um blogueiro inconstante....