Nossa cidade foi favorecida por acontecimentos históricos que lhe proporcionaram detalhes em relação a prédios e desenho urbano que, somados, formaram uma bela cidade.
Como a cidade fica praticamente na linha divisória do tratado de tordesilhas, que dividia o mundo entre as terras que seriam de Portugal e Espanha, quando estes estiveram ameaçados pelo poder napoleônico, acabaram por instituir o Reino Ibérico. Com o fim do império ibérico, os dois países decidiram, após muita controvérsia, que valeria o chamado princípio do uti possidetis, segundo o qual se reconhece a soberania de um estado sobre o território livre que ele ocupava ou no qual se encontrava na posse atual e ininterrupta, mansa e pacífica e de boa-fé, com a intenção de o tornar próprio.
Como, a partir de Belém, todo o lado oeste do Brasil era, a princípio da Espanha, nossa cidade torno-se uma localidade estratégica para o avanço do domínio português.
Com isso, o Marquês de Pombal, homem forte da Coroa Portuguesa, manda seu irmão Francisco Mendonça Furtado, governar a Província do Pará, a partir de nossa cidade, com carta branca independente do Governador-Geral do Brasil. Ou seja, o Pará só devia explicações e contas diretamente ao Rei de Portugal.
Com isso, houve um forte investimento na urbanização da cidade neste período, sendo pródiga a construção de prédios públicos, como os que vemos no bairro da Cidade Velha.
Mais tarde, já no final do século XIX, início do século XX, o intendente Antônio Lemos produz uma ampla urbanização da cidade, criando belos espaços de lazer, como as praças da República e Batista Campos, a abertura de ruas e a previsão de expansão da cidade, seja para o lado de Canudos, seja para o lado do bairro do Marco.
O resultado foram bairros belíssimos que foram melhorados, com casas seguindo um estilo uniforme, como o bairro de Nazaré e a plantação de nossas ainda famosas mangueiras.
Agora experimentamos uma tentativa de resgate do nosso passado e a preparação para o futuro.
Sem dúvida, a chegada da Estação das Docas, o Mangal das Garças, o Hangar Centro de Convenções deram os primeiros passos para essa transformação. Há um evidente ganho para a cidade com estes equipamentos comerciais.
Precisamos avançar. Cuidar do que ainda resta de nossas jóias prediais no centro comercial. Precisamos ser criativos e verificar qual é a funcionalidade desses prédios, como podemos desapropriar e dar uma atividade útil que mantenha a higidez do patrimônio tombado.
Em relação as áreas de baixadas, que estão sendo urbanizadas a muito custo, precisamos cuidar de que ela cresça com a tecnicalidade mais eficiente e moderna do urbanismo e saneamento, pois Belém não é só a Belém dos prédios históricos.
Também precisamos cuidar do parcelamento do solo e na divisão equilibrada das atividades comerciais da cidade.
Belém é bonita. Precisamos cuidar das pessoas para que elas aprendam a cuidar da cidade.
domingo, 21 de setembro de 2008
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Um comentário:
É isso! Belém é linda mesmo, muito bom e esclarecedor o seu texto. obrigado.
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