terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Vítimas fatais de assaltos não são mártires....

Martin Luther King, Ghandi, Bob Kennedy, Steve Biko, todos mártires. Suas mortes ajudaram a transformar um dado momento na história de opressão, de preconceito, de violência.
Belém, fim de 2008 , início de 2009, século XXI. Mal estávamos tentando assimilar e conformar com mais uma morte de assalto, a do médico Salvador Nhamias, outra morte chega ao conhecimento: Marcelo Iúdice. Advogado, Procurador do Município de Belém, morto quando esperava alguém na porta de uma farmácia em área praticamente central da cidade, depois de recusar(?) entregar o carro onde esperava dita pessoa.
Os dois e mais tantos outros mortos em assaltos, tentativas de assaltos, fuga de assaltos não são mártires. Não estão ajudando a transformar o mundo porque simplesmente este mundo está negando a transformação.
Não se trata apenas de segurança pública. Trata-se da produção de vidas sem sentido em profusão. Ande pelos subúrbios da cidade e vejam quantas crianças sem escola, quantos jovens sem ocupação, quanta falta de oportunidade, quanta falta de áreas de lazer, quantas pessoas não tem sentido na vida e não vêem sentido na vida humana e não dão valor à vida humana.
Há também evidentemente o problema da segurança pública, falta de investimento em pessoal, treinamento, déficit de pessoal, armas, planejamento.
A sucessão de casos de mortes resultantes de assaltos à mão armada, desproporcional em relação a qualquer cidade do Brasil, afeta a biografia de todos envolvidos no Poder Executivo Estadual na questão da segurança, mesmo os de boa-vontade.
Ou esse sangue derramado se transforma em sangue transformador ou esta cidade esta condenada a barbárie.

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