Belém é a cidade dos pontos de táxi. Em quase todas esquinas existe um. Se um novo prédio comercial, shopping, supermercado, restaurante é inaugurado, um novo ponto de táxi imediatamente surge na sua frente ou à sua ilharga. E sempre sob os auspícios de uma Associação ou Cooperativa dos taxistas do logradouro recém aberto.
Todos são legalizados? Evidentemente que não.
Em alguns dos pontos é visível a grosseira fraude das placas "autorizadoras" do ponto, limitando o espaço disponível para estacionamento de carros de particulares e até de moradores das redondezas, bem como da circulação de pessoas e automóveis.
Há um caso sui generis na Avenida Visconde de Souza Franco. Talvez seja o metro quadrado com mais pontos de táxis no mundo. Há um ponto na frente de um supermercado, ponto este para 18 táxis; há um outro na esquina da mesma avenida com a Rua Boaventura da Silva, este de uma Cooperativa (legalizada diga-se) com quiosque ocupando a calçada, televisão de plasma numa sala de espera quase ao ar livre, com uma média de dez táxis, há um outro na mesma avenida com a Rua Domingos Marreiros, há um ponto na frente de um shopping que ainda nem está pronto mas já tem uma "cooperativa" correspondente a ele, e há ainda mais uns três pontos de táxi na mesma avenida.
O caso mais pitoresco foi quando o ponto de táxi em frente ao supermercado resolveu contratar um "funcionário" que serviria como guarda de trânsito, controlando o "fluxo e o refluxo" de veículos na área de influência do ponto, mas, coitado, o "guarda de trânsito" não foi respeitado e já teria sido atropelado duas vezes por mal educados motoristas.
Há esquinas da cidade em que os quatro cantos são ocupados por táxis e seus nada virtuais pontos.
Os táxis em Belém estão em maior quantidade que o necessário. Isto ainda é decorrência de uma farta distribuição de placas na década de 1980 do século passado.
Como o combustível de lá para cá só fez aumentar, os táxis, antes circulares, passaram a buscar abrigos seguros nas esquinas esperando os clientes chamarem, ao invés de aumentar o custo de suas atividades rodando aleatoriamente pela cidade. Com o advento do celular então a coisa se facilitou pelo lado do taxista e enrolou para o lado da cidade.
Pontos clandestinos atrapalham a circulação da cidade, demonstram ausência da municipalidade na sua gestão urbana, transformam a cidade nesse pequeno exemplo de caos que vivemos.
Soube, antes das eleições, que a prefeitura preparava uma grande atuação contra os pontos clandestinos de táxi.
Ainda aguardo, com fé, que é o que me resta.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
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