De 1988 a 2003, Belém perdeu 17% de sua cobertura vegetal. De 2001 a 2006, o desmatamento médio anual foi de 4 quilometros quadrados, equivalente à área de 27 Bosques Rodrigues Alves, um de nossos cartões postais. Estes dados são livro Belém Sustentável, dos anos de 2003 e 2007, do IMAZON, instituição de pesquisa na área ambiental, sediada no Pará.
Havia um outro relatório, do longínguo ano de 1975, elaborado por contratação da Companhia de Desenvolvimento e Administração de Belém - CODEM, empresa pública responsável pelo patrimônio imobiliário do município, denominado Plano de Desenvolvimento da Grande Belém, que dizia que apenas as áreas próximas ao Museu Emilio Goeldi e ao Bosque Rodrigues Alves, bem como as confluências dos bairros de Nazaré/Batista Campos e Nazaré/São Braz possuíam o mínimo recomendável pela ONU de áreas verdes e recreação. E afirmava "Como consequência dessa reduzida proporção de áreas verdes no conjunto a média de m² de área verde por habitante é de 1,45 várias vezes abaixo do mínimo recomendável pela ONU que é de 16m²/hab. Esse mínimo para Belém já seria inaceitável considerando as suas condições climáticas. A ilusão de verde provocada pela arborização de vias também é ilusória, pois apenas 49% das vias possuem arborização."
Se considerarmos o estudo do IMAZON que diz que Belém possuía até 2003 30m² de áreas verdes por habitante, comparado com o Plano de Desenvolvimento da Grande Belém, a conclusão seria que no período de 1975 até 1988, este último ano de início do estudo, houve incremento das áreas verdes em Belém a partir da metade da década de 70 e de que a partir de 1988 as áreas verdes voltaram a decrescer. Será que isso realmente aconteceu?
Ou será que desde 1975 não temos as áreas verdes adequadas aos nossos habitantes?
De qualquer forma, pelo novo relatório do IMAZON, Belém perde 27 Bosques Rodrigues Alves, por ano. E pior, está perdendo áreas verdes em florestas urbanas. O dado de que a ilha de Cotijuba já perdeu 46% de sua cobertura florestal é alarmante se considerarmos que o acesso a ilha só se dá por barco.
Esse é mais um tema que quase não ouvimos falar, nem debatemos na cidade.
E é importante demais para ser esquecido.
terça-feira, 12 de agosto de 2008
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