Conheci Leonardo Boff por meio dos livros, mais especialmente de um que me interessou pela abordagem ambiental: Saber Cuidar.
Sempre me perguntei porque razão a Igreja Católica o afastou se sua pregação é serena e simples: cuidar do planeta, cuidar das pessoas, cuidar da vida.
O Fórum Social Mundial, que se realizará de 27 de janeiro até 1º de fevereiro de 2009, na próxima semana, portanto, em Belém, trouxe consigo alguns eventos paralelos. Um deles, o Fórum Mundial de Teologia e Libertação que está acontecendo até domingo desta semana.
A primeira conferência foi proferida por ele. E lá fui eu assistir. Dá gosto. Não há elementos político-partidários na sua ideologia. Há uma base cristã, posto que sua fala é permeada de citações bíblicas, mas sobretudo de fundamentos cristãos.
Mas é uma pregação serena, tolerante e firme sobre a importância do entendermos que somos um todo, que o homem não é o ser mais importante da terra, mas mais um elemento vivo da terra.
Que este homem precisa tomar para si o papel de guardião da terra, antes que a terra, na sua caminhada evolutiva e defensiva reaja de tal maneira que acabe por eliminar o ser humano da terra, como fez com os dinossauros. Como aparentemente tem reagido com os diversos eventos climáticos extremos que vem acontecendo no mundo.
Muitas passagens interessantes do seu discurso, recheadas de citações científicas ficaram marcadas, como a que a terra já não apresenta mais capacidade de manter um equilíbrio ecológico, sem que haja uma mudança de atitude em relação ao ritmo de vida e destruição que submetemos a terra e o meio-ambiente. Que de toda a água disponível para consumo no mundo, 70% é usada para fins industriais e agropecuários e só 30% para matar a sede do ser humano. Que 20% por cento da população do mundo consome ou tem disponível para si para consumo 80% de tudo que a terra produz. Que este desequilírbrio sócio-econômico produz um desequilíbrio ambiental. Que precisaríamos de 3 terras para consumir tudo o que andamos produzindo na terra, mas mesmo assim temos mais de 1 bilhão de pessoas passando fome.
Foi muito bom ver tantas pessoas reunidas para ouví-lo. Tantos católicos, inclusive.
Que sua pregação não seja em vão.
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