Por Mauro O'de Almeida
Nesses dias um pouco antes das eleições e agora, após a sua realização, não se fala de outra coisa: o palhaço (nenhum veiculo de comunicação o chama mais de comediante ou humorista, que foi como eu o conheci)Tiririca é o campeão de votos e isso é um retrato da alienação eleitoral do brasileiro e o desprezo pelo que a população trata o congresso.
Não sei se é bem assim. De uns tempos para cá, tenho percebido que a população, silenciosamente, vai tentando melhorar o seu jeito de votar. O que não há são opções.
Alguns estados, como o nosso, também elegeu como mais votado, se não um palhaço, ou comediante, um personagem no mínimo polêmico.
Em quase todos os estados, a população elegeu seus tiriricas, mas também elegeu pessoas aparentemente fichas-limpas, o que não quer dizer que sejam verdadeiramente respeitáveis senhores/senhoras.
O que me parece é que a população, ao passo que vota em pessoas ditas sérias, também tem um conteúdo algo irônico, e até sarcástico, de colocar palhaços no congresso, como se dissessem "antes que vocês, homens sérios, nos decepcionem com suas atuações e adesões ao pior jeito de fazer política, nós já mandamos um palhaço para tratar com vocês".
De fato, o sistema eleitoral, a forma de se fazer propaganda eleitoral, a legislação, tudo conspira para eleições mornas, onde a forma se sobreponha ao conteúdo.
O processo eleitoral formal tem sido tudo, menos educativo.
O povo, para variar um pouco, está se educando eleitoralmente na marra, tentando, variando,experimentando, mantendo, mudando, com o material que lhe é apresentado.
O problema é que o material é ruim, com raras exceções.
A hora, mais uma vez é de mudança, mas as mudanças, no contexto eleitoral vigente, estão se dando de maneira enviesada, para ficar tudo no mesmo lugar.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário