Os paraenses vão conviver por pelo menos mais dez dias com a onda de calor tórrido e asfixiante que tem sido observada nestes últimos dias. Ao dar ontem a informação, o meteorologista José Raimundo Abreu de Sousa, chefe do 2º distrito do Instituto Nacional de Meteorologia, fez apenas uma ressalva que pelo menos pode servir de consolo. O problema, segundo ele, não é exclusivo do Pará, mas de boa parte do Brasil, incluindo Rondônia, Acre, Roraima, Goiás e Tocantins.
Uma informação de certo modo tranqüilizadora, fornecida também pelo chefe do 2º Disme, é quanto à causa dessa condição climática atípica. As temperaturas excessivamente altas e a baixa umidade do ar, observadas nesses últimos dias, segundo José Raimundo, não estão nem indiretamente associadas a eventuais desmatamentos na Amazônia. “Com certeza não”, afirmou o meteorologista, quando perguntado a respeito. “Isso se deve a uma massa de ar seco que inibe a formação de nuvens”, acrescentou.
Ele lembrou, a propósito, os problemas ocorridos em alguns Estados do Sul e Sudeste nos primeiros meses deste ano. Em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina, por exemplo, houve deslizamentos e enchentes devastadoras, que causaram mortes e grandes prejuízos materiais. Naquelas regiões, que experimentaram este ano temperaturas bastante baixas, o ar permanece mais seco que de costume, o que tem causado problemas de saúde e o agravamento da poluição do ar.
No caso de Belém, destacou José Raimundo que, embora a temperatura não seja tão alta – ontem ela chegou a 35 graus –, a sensação térmica é de calor mais intenso, neste período do ano, por causa da baixa umidade do ar. E, sob este aspecto, cabe ainda a ressalva de que os belenenses e as populações do entorno da capital são de certo modo privilegiados. Aqui, dada a proximidade do oceano e a presença de grandes rios, a umidade do ar nunca sofre quedas bruscas. Os valores mínimos ficam em torno de 50% e a pior marca, já aferida pelo Inmet, foi de 47%.
E que mais sofre com o clima elevado é a população. A estudante Sâmara Melo afirma não sair de casa sem protetor solar e de sombrinha. “Não andava de sombrinha, mas agora é impossível sair sem. As vezes eu até evito sair quando o sol está muito forte”, conta Melo. Já a doméstica Zenilda Araújo, comenta sentir desconforto por causa do calor intenso o dia inteiro. “Agora não tem mais horário para o calor ficar grande. Tanto faz estar de dia ou a noite. Nem ventilador tem resolvido o problema”.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário