terça-feira, 26 de maio de 2009

Monitoramento identifica pressões sobre recifes na costa brasileira

Por Lucia Leão, do MMA




O mundo perdeu 19% dos seus recifes de coral desde 1950 e outros 15% estão seriamente ameaçados de desaparecer ao longo das próximas duas décadas. Guardião dos únicos ambientes recifais do Oceano Atlântico Sul, o Brasil tem grande responsabilidade de proteção e uso sustentável dessas áreas. Há sete anos o país monitora o que acontece com os recifes da sua plataforma continental. As constatações são preocupantes: em muitos deles os corais padecem de doenças e infecções, sufocados por poluição e sedimentos. Em outros, a ameaça é a proliferação de espécies invasoras, como o coral Tubastrea.

Essas são algumas informações da edição de 2008 da "Status dos Recifes de Coral do Mundo", publicação bianual da Rede Mundial de Monitoramento de Recifes de Coral (GCRMN, na sigla em inglês), que reúne informações sobre a situação de 96 países. Este foi o primeiro ano que o Brasil mereceu um capítulo especial. A Secretaria de Biodiversidade e Florestas preparou um sumário em língua portuguesa da publicação, que foi lançada no último dia 22, durante a Semana da Mata Atlântica, realizada em São Paulo.

Com um dos maiores adensamentos populacionais costeiros do mundo, o Brasil coloca os seus recifes de coral  assim como os outros ecossistemas costeiros - sob forte pressão de uso. O Programa Nacional de Monitoramento de Recifes de Coral, coordenado pela Universidade Federal de Recife e apoiado pelo Ministério do Meio Ambiente, constatou que os bancos de coral localizados a menos de cinco quilômetros da costa, estão em pior estado, com menos corais saudáveis e mais algas do que os localizados em alto mar. Além da poluição por lançamento de esgotos, as águas marinhas também recebem os sedimentos lançados junto com as águas de rios cujas margens foram desmatadas.

A par dos impactos negativos, o monitoramento constatou também os benefícios proporcionados aos recifes de coral protegidos por unidades de conservação, especialmente pelas ações de combate à pesca predatória. A incidência de garoupas grandes, por exemplo, está praticamente restrita às 13 áreas de conservação estaduais, federais ou municipais, seja de proteção integral ou de uso sustentável.

A ampliação de áreas protegidas no litoral brasileiro é uma meta do governo que, como signatário da Convenção sobre Diversidade Biológica e da Convenção Ramsar de Zonas Úmidas, assumiu o compromisso com a conservação dos recifes de corais e com a ampliação de áreas protegidas de acordo com as prioridades identificadas no Atlas de Recife de Coral nas Unidades de Conservação do Brasil.

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